Filmes em debate
Paraíso – quanto pesa o amor

Carmen (Daniela Rincón) e Alfredo (Andrés Almeida) são dois gordinhos que formam um feliz casal. Juntos há décadas, eles saem do pacato subúrbio em que vivem e vão morar na Cidade do México, para onde ele, que trabalha em um banco, é transferido. Lá, eles decidem emagrecer, em uma iniciativa de Carmen. O relacionamento é abalado, no entanto, pela insegurança de um deles, que não consegue perder peso.
Temáticas para debates sobre o conteúdo deste filme estarão disponíveis em breve neste espaço.
Onde está o Paraíso? Ele pode ser alcançado?
“Muitas histórias se parecem com a de Carmem (protagonista do filme Paraíso – quanto pesa o amor), em que o corpo fora dos padrões decretados pelo mercado e pela mídia estigmatiza e exclui o indivíduo. É essa marca que os desqualifica, denigre e isola, fazendo com que o próprio indivíduo não acredite em si [...] o filme nos apresenta com singela delicadeza como é possível enfrentar e confrontar esses padrões sociais”. (p.175)“O peso corporal acima do padrão recomendado pelas instituições de saúde não está relacionado somente a um possível estado de doença, mas sobremaneira a aspectos de consumo de bens, serviços e da influência do biopoder sobre os corpos. Evidentemente, não se trata de negar o aumento expressivo, nas últimas décadas, de casos de obesidade relatados pelos estudos epidemiológicos e amplamente divulgados por instituições nacionais e internacionais, que demonstram a relação da obesidade com enfermidades como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, entre outras. É o surgimento de uma sociedade lipofóbica, na qual a inadequação, a exclusão, o preconceito e o estigma prevalecem, sendo necessário refletir e discutir as diversas dimensões deste assunto, sobretudo na formação dos profissionais de saúde”. (p.175)
Nutrição vs. gastronomia no imaginário do senso comum
“O filme faz um contraponto importante para reflexão. Por um lado, as normas dietéticas, o controle do corpo, o sacrifício da dieta, a privação do prazer da comida e a obrigação de se submeter ao olhar de outro ou aos padrões científicos reforçados pela mídia ou pelos profissionais de saúde. A aceitação do sacrifício da dieta (e do controle dos prazeres à mesa) aparece como característica marcante do imaginário do senso comum acerca da atuação dos profissionais da Nutrição. Por outro, o imaginário acerca dos profissionais da gastronomia (que também possui uma forte mão do mercado) reforça a lógica hedonista dos prazeres, dos encontros gustativos e afetivos, da experimentação e da necessidade de provar sabores, lugares e sensações novas. Para o senso comum, a comida deixa de ser o lugar do sacrifício, do comedimento, e vira o lugar da criatividade; o corpo não está preso às regras rígidas, os prazeres são permitidos – o sacrifício é não comer. Cabe ressaltar que os dois campos possuem características positivas e estereótipos negativos; ambos cometem seus excessos, são influenciados pelos interesses do mercado e devem ser pensados à luz dos valores fundamentais da vida humana, tais como liberdade, felicidade e autocuidado. Os cuidados de si devem levar em consideração as duas dimensões da realidade, o controle da dieta e os prazeres da mesa”. (p.177)
"Os cuidados de si devem levar em consideração as duas dimensões da realidade, o controle da dieta e os prazeres da mesa."
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