Filmes em debate
Bebês
O que comem os bebês? Entre o biológico e o cultural.
A produção conta a história de quatro bebês de diferentes partes do mundo. Ponjiao que vive em uma tribo na Namíbia, África; Bayarjargal "Bayar" que mora em uma cabana ao redor do Deserto de Gobi; Mari que vive em um prédio arranha-céu no Japão e Hattie que mora em uma casa em São Francisco, EUA. Na obra é mostrado o desenvolvimento dos bebês, fazendo comparações de acordo com as culturas e costumes de onde residem.
fonte: Wikipedia
O filme: bebês em distintas culturas
“O documentário francês Bébés, dirigido por Thomas Balmès em 2010, é um longa com cerca de 80 minutos que retrata o cotidiano de quatro bebês ao redor do mundo [...] Bebês, título do documentário no Brasil, possibilita uma análise mais rica e, simultaneamente, mais completa, em relação à vida em distintos contextos e num mesmo tempo histórico.
Além disso, propicia reflexões em relação aos aspectos culturais e sua ressonância no desenvolvimento de cada criança” (p.273).
“A fome, que é um fenômeno biologicamente natural, é alimentada com a comida simbolizada de cada cultura. Enquanto as quatro crianças ingerem o leite materno ou comem suas papinhas, elas também estão ingerindo os códigos de cada grupo. Ignorar todo o aparato cultural e compreender o processo de ingestão de alimentos apenas como uma demanda que atende a fome biológica e os aspectos nutricionais é muito mais que um equívoco – é ima limitação grave do olhar” (p. 287).
Falando a respeito (vídeos):
"Ignorar todo o aparato cultural e compreender o processo de ingestão de alimentos apenas como uma demanda que atende a fome biológica e os aspectos nutricionais é muito mais que um equívoco – é uma limitação grave do olhar”
para as disciplinas escolares
Geografia
Processos econômicos, culturais, sociais e históricos concorrem para moldar as práticas alimentares de diferentes povos e regiões.
História
Biologia
Além das práticas relacionadas aos aspectos culturais, no tocante à alimentação, questões como a fome e a higiene, afetam também o desenvolvimento humano.
Português e línguas
O fato do filme ser sem diálogos e nem depoimentos retrata uma fase de linguagem onde e a comunicação ocorre em interações não-verbais ao redor da comida.
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Sugestões de leitura
História Social da Criança e da Família | Philippe Ariès
Até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representá-la. É difícil crer que essa ausência se devesse à incompetência ou à falta de habilidade. É mais provável que não houvesse lugar para a infância nesse mundo.
Por volta de 1600, a especialização das brincadeiras atingia apenas a primeira infância; depois dos três ou quatro anos, ela se atenuava e desaparecia. A partir dessa idade, a criança jogava os mesmos jogos e participava das mesmas brincadeiras dos adultos, quer entre crianças, quer misturada aos adultos.
Na sociedade medieval, que tomamos como ponto de partida, o sentimento da infância não existia – o que não quer dizer que as crianças fossem negligenciadas, abandonadas ou desprezadas. O sentimento da infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças: corresponde à consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem. Essa consciência não existia. Por essa razão, assim que a criança tinha condições de viver sem a solicitude constante de sua mãe ou ama, ela ingressava na sociedade dos adultos e não se distinguia mais destes.
ARIÈS, Philippe. A história social da infância e da família. Rio de Janeiro: LCT, 1978.
A criança e o seu mundo | D. W. Winnicott
A longa experiência como médico pediatra e como psicanalista proporcionou a Winnicott uma posição ímpar no estudo da Psiquiatria Infantil e poucos especialistas terão até hoje realizado mais para apresentar o extraordinário mundo da criança – e o dos pais – ao público em geral.
Em “A criança e o seu mundo”, o autor versa sucessivamente as fases mãe-filho, pais-filho, criança-escola.
Dos problemas de alimentação, moralidade, primeiros passos e outros, típicos da fase inicial da evolução do ser humano, Winnicott passa a colocar em foco dificuldades e questões concretas como o filho único, os gêmeos, o roubar e o mentir, além das primeiras tentativas de independência.
Timidez, educação sexual nas escolas, raízes da agressão, delinquência juvenil, são outros temas abordados por esta obra originalíssima, tornando-a um verdadeiro clássico no assunto, válida, sobretudo, para pediatras, psicanalistas e educadores devotados ao estudo e ao entendimento da criança e do seu mundo.
Winnicott, D. W. A criança e o seu mundo. Rio de Janeiro: LTC, 2012.
Percepções de infância e juventude no campo
Este livro consiste numa revisão da literatura analítica e crítica acerca das percepções de infância, adolescência e juventude do e no campo. Optamos pelo estudo sobre a infância, adolescência e juventude relacionadas à escolarização, à saúde e ao trabalho, pois são conceitos repletos de conteúdos ideológicos, sociais e culturais, que tem potencial para desvelar questões importantes relacionadas às representações, práticas camponesas, ao projeto de sociedade inscrito em mecanismos de reprodução e em lutas camponesas na sociedade contemporânea.
WOLLZ, Larissa E. B. (Org.). Percepções de infância e juventude no campo. Curitiba: CRV, 2014
A formação social da mente | L.S. Vygotsky
“A essência do método instrumental reside no uso funcionalmente diferente de dois estímulos, que determinam diferencialmente o comportamento; disso resulta o domínio do indivíduo sobre as suas próprias operações psicológicas.
Sempre admitindo dois estímulos, precisamos responder às seguintes questões: 1. Como o indivíduo se lembra do estímulo S1 com a ajuda do estímulo S2 (onde S1 é o objeto e S2 o instrumento). 2. Como a atenção se dirige para S1 com ajuda de S2. 3. Como uma palavra associada a S1 é rememorada via S2, e assim por diante.”
Trechos do livro
Vygotsky, Liev Semionovich. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
Psicologia pedagógica | L.S. Vygotsky
Nas ultimas décadas, a obra de Vigotski tem sido intensamente recuperada, pois sua influência sem dúvida é crescente no panorama atual, tanto no tocante a psicologia cognitiva quanto a educação em geral. Este é um texto claro e abrangente de Psicologia Pedagógica, destinado sobretudo a formação docente, cujo destaque e a grande amplitude de temas abordados (atenção, memória, aprendizagem, pensamento, emoção, sociabilidade, etc.) e a pertinência com que se estuda sua relação com o trabalho educacional, concebido por Vigotski como um compromisso inevitável com toda a sociedade em prol da construção de um cidadão mais comprometido com seu tempo, mais solidário e plenamente humano. Esta edição, organizada, prefaciada e comentada por Guillermo Blanck, reconhecido especialista internacional na vida e obra do genial psicólogo russo, consta de numerosas notas que contextualizam a edição original, oferecendo ao leitor uma fonte rica, completa e educativa das ideias e propostas de Vigotski.
VYGOTSKY, Liev Semionovich. Psicologia pedagógica. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
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Vigiar e Punir | Michel Foucault
É um estudo científico, fartamente documentado, sobre a evolução histórica da legislação penal e respectivos métodos coercitivos e punitivos adotados pelo poder público na repressão da delinquência. Métodos que vão da violência física até instituições correcionais.