Filmes em debate
Escravas da Vaidade
A tirania da aparência: a vaidade como dominação.

Sra. Li é uma ex-atriz infeliz com o casamento quando os sinais da idade começam a aparecer. Cansada de ser traída pelo marido procura ajuda da excêntrica Tia Mei, uma cozinheira que prepara os bolinhos mais caros de Hong Kong com a promessa de rejuvenescer quem os consumir. Mas o segredo milenar que eles guardam vai pegar você de surpresa.
A escravidão da aparência
“O mote do filme (Escravas da vaidade) traz a reflexão sobre as transgressões realizadas, bem como seus limites, para se alcançar um corpo ideal sob a dominação da vaidade, da imagem e da beleza jovem sedutora. Tal repertório conduz o leitor, em meio às nuances ofertadas pela relação entre as personagens, a uma reflexão sobre a vaidade de modo a contemplar este tema, articulando-o à comensalidade e à ética” (p. 154).
“A imagem propagada pela mídia, cada vez mais presente como parâmetro a ser alcançado, do corpo jovem, saudável e magro, sustentado pela indústria cosmética e pela sociedade de consumo, influencia os valores que sustentam as relações humanas e incentiva uma subjugação ao desejo insaciável, a todo tipo de vaidade e à escravidão” (p.163).
Reflexões e inquietudes
“A beleza do corpo se torna, então, o passaporte para a felicidade e reflete o jogo simbólico do nosso tempo, espelhando também uma sociedade marcada pela valorização do narcisismo, do hedonismo e do consumismo. Ela se transforma no elemento principal da constituição da identidade do sujeito na sociedade. A construção da identidade está atrelada à vaidade, e , em alguns casos, a (re)construção do corpo, via cirurgias plásticas ou tratamentos de beleza, é um dos mecanismos de reconstrução da identidade, da autoestima e do estabelecimento da relação com o mundo (FERREIRA, 2001). A beleza do corpo, então, se transfigura no elemento principal que dá sentido à existência e converte homens e mulheres em escravos(as) da vaidade” (p. 165).
FERREIRA, R. F. Ciência, arte e cultura no corpo. A construção de sentidos sobre corpo a partir das cirurgias plásticas. Curitiba: Editora CRV, 2011. 185p.
"A (re)construção do corpo, via cirurgias plásticas ou tratamentos de beleza, é um dos mecanismos de reconstrução da identidade, da autoestima e do estabelecimento da relação com o mundo."