Filmes em debate
A Festa de Babette
Uma comensalidade sensível e romântica

fonte: adorocinema.com
A Festa de Babette: uma comensalidade sensível e romântica
“A produção franco-dinamarquesa A Festa de Babette (1987) [...] constrói com delicadeza um jantar minuciosamente planejado que nos remete aos apetites realizados à mesa em torno da sensibilidade e do amor platônico” (p. 31).
Um vilarejo protestante da Jutlândia
“A narrativa do filme retoma a crise na história dos países europeus, decorrente dos movimentos liberais e nacionalistas em meados do século XIX, envolvendo a guerra franco-prussiana com a queda de Napoleão III e do sistema monárquico francês [...] As cenas de comensalidade no filme se orientam por encontros idealizados e fraternais entre os moradores do vilarejo, contrapostos à luxúria e ao poder das cidades e, nesse sentido, consolida um comer que opera como uma ancoragem para os rearranjos dos elementos simbólicos em torno dos sentimentos das personagens diante dessas diferenças. A mesa onde se reúnem para comer se desdobra como espaço sagrado da experiência com o pastor protestante, em um clima religioso que entrelaça comida e sujeitos devotos. Ao longo do filme, cresce a sistematização de uma narrativa para seu desenlace central em uma festa que Babette prepara com alta gastronomia para comemorar o centenário de aniversário do falecido pastor” (p. 32).
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A magia da comensalidade
“Babette aproxima o apetite físico do prazer espiritual [...] A cena final dos comensais cantando e dançando no centro da aldeia remete à vitória dos rituais pagãos dos banquetes sobre a austeridade e sobriedade religiosa, o prazer da comensalidade venceu a razão e a doutrinação” (p. 40).
"A mesa onde se reúnem para comer se desdobra como espaço sagrado da experiência."